- Os textos dessa série são baseados no livro “Missão Transformadora”, escrito por David Bosch em 1991. O autor estuda o significado de missão através da história e defende que as mudanças do mundo recente em diversas áreas trazem inquietações e transformações também para a perspectiva da missão. Bosch lista e argumenta sobre elementos da missão que, conectados uns com os outros, precisam ser consideradas para que esta permaneça fiel à sua verdadeira natureza. O nosso estudo é realizado a partir de 9 desses elementos.
Quando falamos em missão, quando imaginamos pessoas indo a outros países, pessoas pregando, pessoas testemunhando do amor de Deus, nos sentimos como parte destes, ou como responsáveis como estes? Nós somos missionários?
O que é ser um missionário? Tem a ver com alguma vocação específica? É um chamado para alguns cristãos a quem Deus deu dons especiais?
Um dos principais resgates que Lutero fez à teologia bíblia foi a sua famosa compreensão do “sacerdócio geral de todos os crentes” de que, através de Cristo e sua obra de salvação em sua morte e ressurreição, todos os que creem são sacerdotes. Isso quer dizer que não necessitam de nenhum outro mediador para chegar a Deus, que não o próprio Cristo. Isso implica que, na comunidade dos crentes, não há um que seja maior que o outro, mas todos estão na mesma condição, de justificados por Deus na obra de Cristo.
Dessa mesma forma, o chamado à missão não foi dado somente a alguns cristãos, mas a todos, assim como o Espírito Santo veio a todos (Atos 2.4) em pentecostes, e não somente a alguns. Cada cristão é convocado a ser missionário, onde quer que esteja! Não é o missionário ou o pastor que carregam essa função preciosa de levar a mensagem do Evangelho enquanto os outros cristãos ficam apenas na torcida.
Aqueles que são ordenados pela igreja ao ministério tem então exatamente entre as suas funções a de relembrar e encorajar o cristão em seu sacerdócio:
“O sacerdócio do ministério ordenado deve possibilitar, e não remover, o sacerdócio da igreja inteira (Lesslie Newbigin)” ¹
Não é que cada cristão deva abandonar a sua vida atual e se mudar para outra realidade para ser missionário (embora Deus chame muitos a isso), mas que cada cristão está em missão dentro da realidade da sua vida, do emprego, do estudo e da família, sendo nesses lugares um missionário.
“não significa que os leigos devam ser treinados para tornar-se ‘minipastores’. Seu ministério […] é oferecido na forma da vida contínua da comunidade cristã, em lojas, vilas, fazendas, cidades, salas de aula, lares, escritórios de advocacia, em aconselhamento, política, governo e recreação.” ²
Deus nos faz parte do seu povo e sacerdócio real para “anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9)
E você, é um missionário?
“Todo cristão é um missionário ou é um impostor (Charles Spurgeon)”
¹ (BOSCH, 2009, p. 566)
² (BOSCH, 2009, p. 564)
Por Missão Zero
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