Era uma vez uma estrela.
Uma estrela diferente de todas as outras que cintilam tímidas mundo afora em noites de céu claro.
Uma estrela muito desejada e há muito tempo desenhada por Deus, e que dele havia recebido a preciosa tarefa de mostrar aos corações atentos que a plenitude dos tempos havia chegado.
Muitos anos antes do aparecimento do tal astro, Deus já havia prometido ao seu povo que um dia uma criança viria ao mundo para mostrar a todos o quanto o Criador nos amava. E quando então chegou a hora do menino nascer, os seres celestes celebraram como nunca antes: uma nova era estava começando. Um novo e verdadeiro caminho para os homens poderem desfrutar da comunhão plena com o seu Senhor.
E o que estava fazendo o povo que havia recebido de Deus o privilégio disso tudo saber e também de proclamar ao mundo inteiro essas novas tão boas? Aguardavam eles, ansiosamente, a vinda do seu messias? Contavam os dias? Os calendários? Vigiavam atentos as mudanças de tempos e estações, cada geração clamando aos céus que não os permitissem partir antes de que o tão esperado dia chegasse?
Por mais absurdo que seja, não.
Não foi assim que as coisas aconteceram.
Embora seja difícil de acreditar, aos poucos, a maioria dos homens de Deus começaram a se distrair com as preocupações dessa vida. A fome da carne falou mais alto e até pareceu silenciar os anseios do coração, e eles passaram a viver como se nada de importante estivesse prestes a acontecer.
Todavia, apesar do povo escolhido ter colocado a esperança e a espera de lado, outras pessoas não deixariam o evento passar despercebido. Eram os magos do oriente. Homens sábios que tinham ouvido falar sobre as tais promessas, e creram. Ansiavam pela face do Eterno e, no silêncio da noite, com afinco estudavam os céus. Aguardavam com paciência a intervenção divina, enquanto tentavam compreender os mistérios da criação. Ao perceberem o surgimento de tão linda estrela, não pensaram duas vezes: rapidamente deixaram suas terras para poderem enfim encontrar e adorar o rei recém-nascido.
Depois de muito caminhar, chegaram a um palácio de uma grande cidade. Indagaram aos sábios da redondeza sobre o rei que estaria por vir, mas foram informados de que a criança ali não estava. Disseram-lhes também que precisariam continuar viagem até uma vila pequena dos arredores. Seria possível? Os sábios estranharam. Não estavam acostumados a nobres que escolhem habitar entre os menores.
Retomaram então o trajeto, dessa vez em direção ao lugar indicado. Ao pôr-do-sol, viram que a estrela continuava a brilhar adiante deles, dando-lhes esperança para perseverar. Procurar mais um pouco. Só um pouco mais. De repente, enquanto caminhavam, tiveram uma surpresa: perceberam que a estrela havia parado!
Entreolharam-se. Era isso mesmo? Quase não conseguiam acreditar! Seus corações bateram forte no peito.
Sorriram! Gargalharam! Não sabiam se dançavam, ou cantavam. Estavam tomados de júbilo! Finalmente a espera havia acabado! Tinham encontrado o Rei!
Sem demoras, entraram na casa indicada pela querida estrela. E se os olhos viram apenas um pequeno menino no colo da sua mãe, as almas bem entenderam a sacralidade daquela cena. Assim, perceberam que estavam diante da única pessoa no mundo inteiro digna de completa devoção. Quanta alegria!
A plenitude dos céus evolveu-lhes. Com toda a reverência que o momento pedia, colocaram-se de joelhos e adoraram o menino. A gratidão de saberem-se privilegiados fluiu e ao Rei dos reis deram os seus presentes. Os seus tesouros. E também os seus corações.
Depois disso, foram orientados pelo próprio Deus a não mais passarem pelo o palácio. Precisavam voltar para casa, é verdade, mas deveriam tomar uma nova estrada. A antiga não era segura, e nem certa. Pensando bem, quem tem um encontro face a face com o próprio Deus, não consegue mais caminhar pelos mesmos caminhos, não é mesmo?
Eu ainda penso, às vezes, no rumo que há de ter tomado a estrela guia… Os livros sagrados não nos falam do seu paradeiro. Talvez um dia possamos saber se ela já se foi, ou se está escondida por entre os outros astros, anunciando aos homens a sua glória. A única coisa que posso com toda certeza afirmar é que ela foi fiel em cumprir a missão que o próprio Criador lhe havia dado. Brilhara sua luz a povos distantes, a eles anunciando as boas notícias de Deus e indicando o caminho de vida àqueles que já ouviam o sussurro do Espírito.
E creio também que os homens do oriente retomariam suas vidas, mas jamais seriam os mesmos. No dia a dia, em suas casas, não mais a estrela, mas a lembrança da visita ao pequeno menino seria a luz que lhes faria aquecer o coração. A partir daquele dia, a doce voz do próprio Deus lhes guiaria os passos. E, mesmo nas noites mais escuras, a esperança de um novo encontro lhes daria forças para continuar. Perseverar. Mais um pouco. Um pouco mais, até o dia que, enfim, para sempre viverão na presença do amado e eterno Rei.
Rafaela Speckhann
Por Missão Zero

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