“…anunciar a Cristo aonde Ele ainda não foi anunciado.” (Romanos 15.21)

Era um Sábado por volta do meio-dia quando os dois missionários voltaram de sua jornada ministerial às montanhosas vilas do sul da Ilha de Madagascar. Um era pastor nativo da região e o outro, um missionário estrangeiro. Durante três dias, trabalharam arduamente entre uma das etnias do país, evangelizando, passando o filme Jesus, criando relacionamentos, na expectativa de uma igreja nascer.

Exaustos da jornada de 350 km feitos de moto, o pastor nativo despediu-se do amigo missionário e foi para sua casa enquanto, o “estrangeiro”, almejava apenas um bom banho (tomado de canequinha) e uma boa refeição – depois de ter comido arroz sem sal e mandioca por 3 dias. Ao entrar em casa, a esposa do missionário saudou-o alegremente e, já antecipando a expectativa dele, o esperava com uma deliciosa refeição. Após tomar banho, o missionário saboreou o banquete e disse a esposa e filhos que iria descansar um pouco, pois, após todo o trabalho, merecia um descanso. Entretanto, o “coitado”, não teve tempo para por a cabeça no travesseiro e alguém bateu no portão.

“Quem será?” Pensou a esposa. Ao abrir o portão, ela deparou-se com o pastor nativo, que, sorridente e absolutamente empolgado, aguardava.

– Amor – disse a esposa em alta voz – É o pastor!

O missionário se levanta, um tanto desapontado, pois seu tempo de descanso fora interrompido, e vai até o portão. Ao chegar, o amigo estava empolgadíssimo, pois havia recebido uma ligação em que o disseram que havia uma igreja, não muito longe, esperando para ver o filme Jesus. De todas as formas possíveis, o missionário tentou arrumar uma desculpa para não ir.

– Estou cansado, amigo. Vamos outro dia! Ah! Vai chover, não dá para ir.

Desculpa após desculpa era dada. Visivelmente, o missionário não queria ir. Após alguns minutos, a esposa, que ouvia a conversa de longe, achegou-se ao lado do marido e disse:

– Vai com o seu amigo, amor. Ele veio para isso! Olhe a caixa de som, o projetor. Tudo pronto, vai com o pastor.

– Não vou – respondeu o missionário, destilando um sorriso – estou cansado – susurrou!

A esposa gentilmente insistiu e, após troca de olhares e sorrisos “amarelos”, embora chateado, senão irritado, o missionário decidiu ouvir a esposa e seguiu o amigo na nova jornada. Lá foram os dois servos de Jesus anunciar a Cristo. Um como Paulo, o apóstolo dos gentios, o outro como Jonas.

Logo após saírem, uma leve chuva começou a cair, o que fez a estrada tornar-se escorregadia. Não poderia estar melhor, murmurou o missionário. O pastor nativo, por conseguinte, ia entonado um hino enquanto pilotava a velha moto chinesa 125 cc, que mais parecia uma batedeira do que uma moto, de tanto que chacoalhava as partes. E o missionário, bom, com o rosto sisudo, como de uma criança que foi roubada do seu doce, seguia em silencio.

Ao chegarem à igrejinha, feita de barro e telhado de palha, havia um menino para recebê-los. O missionário ficou decepcionadíssimo e em seu coração perguntou: – É isso? Uma criança, Senhor?

Profundamente entristecido e aborrecido, pegou o equipamento do filme Jesus e seguiu a criança até a porta da igreja que ficava do outro lado. De supetão, empurrou a porta que dava acesso ao templo e para sua surpresa, a igreja estava abarrotada de gente. O temor tomou conta do missionário que, ligeiramente montou a parafernália, deu “play” no filme Jesus e assentou-se no canto da Igreja, onde chorou amargamente. Em seu coração havia apenas um sentimento: vergonha. Claramente, o Senhor havia atraído toda àquela multidão para ouvir a respeito do seu Filho Jesus, muitos pela primeira vez, e em seu egoísmo o missionário não queria ir.  

Voltando para o texto que lemos em Romanos, vemos exatamente o oposto dessa história. A ambição do apóstolo Paulo era ir e não ficar. Era sacrificar tudo por amor a Cristo, seu Senhor. Sua maior ambição, era viver para anunciar a Cristo entre àqueles que nunca ouviram a respeito do Salvador, pois ele estava certo de que esse era, e continua sendo, o desejo de Deus (Êxodo 9.16).

Por certo, o anelo de Deus em ser conhecido percorre uníssono todos os livros das Escrituras Sagradas, trazendo significado para a existência da Igreja. Deveras, a promessa d’Aquele que esmagaria a cabeça da serpente, a eleição de Abraão, a escolha do povo de Israel como vitrine da glória de YWHW, as profecias sobre o Messias. Tudo apontava para “…uma missão Global, de um Deus global, que estabeleceu uma Igreja global”, a fim de que, todos os povos da terra conheçam a Sua glória. Portanto, jamais devemos macular a vontade de Deus, substituindo-a pela nossa. Ele é o maior interessado em salvar pessoas e aquele que comissionou o Seu povo a ir e não ficar. Sendo assim, a famosa Grande Comissão, revelada em sua plenitude em Mateus 28.18-20, não é um delírio dos apóstolos apavorados e desesperados para tentar manter vívida a lembrança de um Cristo morto, mas é o resultado do encontro com o Cristo ressurreto e o compreender de Sua vontade.

Obviamente para Paulo, após a estrada de Damasco, estava tudo muito claro. A Igreja era, e é, a responsável por levar a Boas Novas de grande alegria, a todos os povos, custe o que custar!

Infelizmente, apesar do desejo de Deus em ser conhecido, da clareza com que as Escrituras expõem o nosso comissionamento como discípulos, ainda há hoje, por volta de 7.000 povos etnolinguísticos (Josuha Project), sem a presença do Evangelho. Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas que nunca ouviram o nome de Jesus e não tem acesso a Ele. Qual será nossa atitude perante um cenário tão cruel, visto que a pergunta que ecoou na eternidade ainda estronda em nossos ouvidos: “A quem enviarei e quem há de ir por nós?

Que Deus tenha misericórdia de sua Igreja.

Luis Fernando Basso – missionário entre o Povo Bara em Madagascar

Por Missão Zero

quarta-feira, 07 julho 2021
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Obrigado por ouvir o Espírito Santo.

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