Em tempos em que muitas pessoas trabalham ou trabalharam por um período de casa e tiveram que lidar com os barulhos e distrações da rotina doméstica, um barulho alto e constante, que dura alguns minutos, se tornou mais perceptível: a máquina de lavar roupas está centrifugando. Logo que ela termina, as roupas estão nos cantos da máquina e longe do centro. Esse é o processo de centrifugar, um conceito da física que parece difícil, mas que está presente no nosso dia-a-dia. O livro de Atos nos mostra como aconteceu um processo de “centrifugação” de um povo. Como assim?
Já no início da história bíblica, em Gênesis 12, Deus escolhe um homem chamado Abrão, e promete que dele faria um povo, e que por meio deste todos os povos da terra seriam abençoados. Ele cumpre essa promessa e faz uma aliança com o povo de Israel, os descendentes de Abraão, e os diz:
“Vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” Êxodo 20.6a
Esse povo que havia sido anunciado e prometido por Deus é chamado a ser uma nação santa, distinta, separada por Deus de todas as outras. As nações olhariam para Israel e se perguntariam o que eles tinham de diferente, e de onde surgia toda a paz, prosperidade e beleza de lá. Israel seria um centro, um exemplo, e as nações se aproximariam desse centro, seguiriam o seu exemplo e conheceriam o seu Deus. Israel foi chamado por Deus a provocar um movimento centrípeto, que é o contrário do centrifugo. É um movimento como o de um redemoinho, que atrai as coisas para o seu centro.
Israel pecou e por muitas vezes se distanciou de Deus e não foi fiel a essa aliança, mas sempre conheceu a sua identidade de povo chamado por Deus, e sempre se entendeu nessa perspectiva de um povo que lideraria, que atrairia para si, que seria central. Esse era também o entendimento dos israelitas no tempo de Jesus. É claro que as últimas palavras de Jesus antes de subir aos céus no livro de Atos foram totalmente surpreendentes:
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e Samaria, e até os confins da terra” Atos 1.8
Jesus fala aos seus discípulos que, partindo de Jerusalém, capital e centro de Israel, eles receberiam poder quando o Espírito Santo viesse, e iriam ser suas testemunhas não somente lá, mas em todo o Israel, nas nações vizinhas e até os confins da terra! O povo que era se entendia no movimento centrípeto, o do redemoinho, de chamar as pessoas a si, foi enviado ao movimento centrifugo, como o da máquina de lavar, de ir por todo canto e para todo canto!
A igreja de Cristo é o povo de Deus nos nossos dias, e ela tem sobre si o chamado para os dois movimentos: centrípeto e centrífugo. A igreja é benção onde ela está e atrai pessoas pelo que é e por meio da vida de cada cristão. Ainda assim, a igreja é enviada e vai até os confins da terra para testemunhar da mensagem do Evangelho. Assim, ela faz parte da missão de Deus, de reconciliar consigo a humanidade, fazendo missão aqui e lá: já onde ela está, mas também indo aonde ela ainda não está.
Como isso se dá na prática da igreja e como essa perspectiva foi posta em prática pelos primeiros cristãos? Vamos continuar falando sobre isso nos próximos textos do blog!
Por Missão Zero
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