Qual é o encanto de uma história bem contada? É fantástico ver as pessoas atentas, esperando os detalhes, curiosas com o desenrolar da narrativa. Uma boa história, assim como uma boa pregação, nos leva a caminhar junto com o autor, e às vezes também nos conduz a pensar em nossa existência. No sétimo capítulo do livro de Atos, descobrimos que Estevão também é um contador de histórias. Ele relata de uma forma única a história da salvação. Ainda que estivesse falando em sua defesa, em um julgamento, o alvo de Estevão não era salvar a si mesmo. Ele almejava anunciar a salvação àqueles que o ouviam.
A “contação” inicia em Abraão, sendo chamado, sua peregrinação, e conhecendo o Senhor. Imagino a audiência atenta a cada palavra, pois ele relatava uma história conhecida, com a qual eles podiam se relacionar. Sucinto, fala de Isaque, Jacó e José; mas se detém na história de Moisés, e cresce em riqueza de detalhes (se ali fosse em uma igreja pentecostal, se ouviriam muitos “améns”). Mas nem tudo é belo: chama a atenção a descrição da rebeldia do povo contra Deus: “rejeitaram-no e em seu coração voltaram para o Egito” (v.39).
O tabernáculo e o templo, ainda que símbolos da presença de Deus entre o povo, são mencionados no questionamento da religiosidade orgulhosa, e da natureza obstinada do povo. “Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens” (v.48). Infelizmente, as pessoas não quiseram escutar até o final, porque perceberam pra onde a história apontava: Estevão queria falar do novo templo, que é Jesus.
É disso que Pedro está falando, quando escreve “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês” (1ª Pedro 3.15). Nos últimos anos, temos aprendido o que significa ser igreja missional. Será que, assim como Estevão, podemos perceber as jornadas da salvação na história bíblica?
Algumas jornadas: Abraão foi chamado por Deus para sair de sua terra; Moisés viveu três ciclos de 40 anos cada. Ambos foram edificados por Deus no caminho. Quantos filmes e livros você consegue lembrar com essa premissa? Por exemplo: “O Peregrino”, de John Bunyan, “Forrest Gump: o contador de histórias”, ou “O Hobbit”. Se você que um desenho animado: “Up: altas aventuras”.
A jornada é algo comum à toda humanidade: caminhar à procura do sentido. Muitos também esperam, ou procuram, alguém que vá ao lado, e que ajude a entender onde Deus está. Assim como Estêvão, você não precisa falar sobre toda a Bíblia de uma vez; ao invés disso, perceba personagens, trechos das escrituras que se relacionam com a jornada das pessoas com que você se relaciona – a escuta é de grande valor, assim como o testemunho pessoal (se quiser, leia a postagem anterior, para saber sobre a vida de Estevão).
A jornada cristã é marcada pela graça de Deus, derramada através de Cristo: mesmo quando Estevão citava passagens sobre o coração duro e orgulhoso, a narrativa nos revela que Deus usava a vida de pessoas e providenciava novas chances ao seu povo. O evangelho é uma nova chance, a melhor chance de mudar (ou recomeçar) uma jornada. Assim como Estêvão, que nossas histórias não falem apenas de nós mesmos; que sirvam a esse propósito maior: repartir a maior história de todas.
Samuel Coswig
Por Missão Zero
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