Discipulado envolve ensinar, mas compreende também intencionalidade, direcionando a caminhada, o processo, para além do conhecimento. O discipulado saudável nos moldes de Jesus é relacional e transformacional. Ele gera transformações radicais e impulsionadoras na vida das pessoas. Quando olhamos para os discípulos de Jesus, facilmente conseguimos ver exemplos de transformação. Um desses discípulos que passou pelo “discipulado transformacional de Jesus” foi Pedro. A mudança foi muito além da de nome, que era uma prática comum entre os primeiros cristãos: significou uma nova vida; transformação de caráter. É impossível alguém ir até Jesus, caminhar em discipulado e continuar a mesma pessoa. “Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mt 16:17 -18
Para “fazer discípulos de Jesus” temos que, somado à concepção de ensino/transformação, estar prontos para o “trabalho pesado” que é manter verdadeira conexão com as pessoas. O discipulado transformacional é uma caminhada de envolvimento com pessoas. Jesus as convida para sua vida. O discipulado permite a elas caminhar com você e observar como você caminha com Jesus. O Pastor Sergio Schaefer sempre repete uma frase: “O discípulo nunca vai além do discipulador!” Num primeiro momento parece uma frase pretenciosa, mas ela é verdadeira. Não tem a ver com o discipulador e sim com a relação que se estabelece no discipulado. O discipulado transformacional permite que vejam seu caráter. Ele convida o outro a compartilhar de sua autoridade. Ele permite que pessoas vejam até suas fraquezas, uma parte importante do treinamento. Ao estarem cientes de seus erros, elas podem evitar armadilhas e obter sabedoria. Elas devem se sentir amadas, confiantes e desafiadas a mudanças. O discipulado é o vento em suas velas.
Muitos líderes têm medo do discipulado porque ele exige vulnerabilidade e transparência, e vulnerabilidade é a chave para a conexão. É impossível manter os discípulos à distância e discipulá-los ao mesmo tempo. Ou você permite que eles observem você de perto ou você renuncia à sua responsabilidade como pai ou mãe espiritual.
Paulo mostra à igreja de Corinto (1Coríntios 4.14-17) que existem milhares de mestres pagos entre eles dispostos a aceitar dinheiro por seus serviços, mas que não estão dispostos a serem pais. É impossível ser um pai na fé e se recusar a investir na vida de seus discípulos. Discipulado é responsabilidade prática, não algo que você pode delegar a mestres pagos. Se não estiver disposto a fazer o “trabalho pesado” do discipulado, você não é qualificado para ser um pai na fé.
No livro Caminhos Esquecidos, Alan Hirsch (P. 130) escreve: “A qualidade da liderança da igreja é diretamente proporcional à qualidade do discipulado. Se fracassamos na área de fazer discípulos, não devemos nos surpreender se fracassamos na área do desenvolvimento de liderança. Acho que muitos dos problemas enfrentados pela igreja na tentativa de cultivar liderança missional para o século 21 seriam resolvidos se concentrássemos a solução do problema em algo anterior ao desenvolvimento da liderança por si só, ou seja, primeiro o discipulado… A liderança, para ser Cristã genuinamente, deve sempre refletir a semelhança a Cristo e, portanto, o discipulado.”
As últimas palavras de Jesus nesta terra foram: “Vão e façam discípulos…” (Mateus 28.19). Ele não nos instruiu a fazer fiéis, membros da igreja, cristãos ou pessoas boas, mas discípulos. Ele disse aos seus discípulos: “Sigam-me” e não “Ouçam as minhas pregações às multidões”, ou “Participem de minhas aulas de discipulado”. Jesus mostrou o que significa ser um discípulo, e, então, os instruiu a fazer o que Ele fez. E o que é ainda mais importante, ele lhes mostrou quem é o Pai.
Eder A. Bartz
Por Missão Zero
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