Um país lindo, com regiões turísticas de tirar o fôlego. Entre ilhas caribenhas paradisíacas e a cordilheira dos Andes, podemos visitar também cidades coloniais cheias de história (como Mérida) ou ainda um dos vários parques nacionais. Claro que não podemos esquecer da moderna e bem desenvolvida capital, Caracas. Sim, estamos falando da Venezuela, que até poucos anos atrás era um país rico, bom para se viver e seguro de se visitar.
Dois anos atrás conheci pessoas que atravessaram o país a pé, vindo do litoral norte até a divisa com o Brasil, no extremo sul venezuelano. Ninguém faz isso no primeiro dia de crise. Foram anos de estruturas governamentais sucateadas até que a população se sentisse obrigada a buscar outros lugares para viver. E se engana quem acha que o Brasil é considerado uma primeira opção para eles.
Os números oficiais indicam 5 milhões e meio de refugiados e migrantes venezuelanos pelo mundo, desses apenas 6% estão no Brasil. Nosso país é o único latino que não tem a fala espanhola como a principal, entre outros fatores, o que trouxe apenas 150 mil venezuelanos buscando abrigo aqui.
Um refugiado busca aqui o que lhe foi usurpado: dignidade, proteção e segurança. Situação básica que cada um de nós também busca e a Igreja é convocada por Deus a responder ativamente. Venezuelanos não são merecedores de pena, mas sim necessitam de dignidade, como eu e você. Precisam apenas de uma oportunidade para se reerguer, voltar a exercer suas profissões, ter um lar e se manter sozinhos.
Em minha estadia na fronteira com a Venezuela, morei num hostel de missionários que abrigava os migrantes à espera da interiorização. Uma das belas famílias que conheci foi de Ramón e Yaneri, casal jovem, pais de 3 pequenas meninas. Ramón foi o primeiro da família a sair de sua nação, passou um tempo trabalhando na Colômbia, porém não encontrou segurança por lá.
Quando os conheci nossa comunicação ainda era bem falha, Ramón sempre dava uma risadinha tímida cada vez que ouvia seu nome. Isso porque eu pronunciava como se fosse em português, o que fica idêntico à jamon (presunto em espanhol). Yaneri gerenciava a cozinha com maestria, naturalmente pegou essa função para ela. A todo momento havia comida feita na hora, suficiente para os 12 moradores (em média) e visitas oportunas que recebíamos.
No hostel pude ver e viver o melhor programa de imersão cultural: o bíblico, descrito em Lucas 10, que envolve 4 aspectos. Quando Jesus envia os 72 pela primeira vez dá algumas orientações. Começa pela importância da oração e o risco inerente (martyria). Nos versículos 3 e 4 diz que só pode ir quem tem um pastor como Jesus, além de não nos distrairmos enquanto estivermos indo. Em seguida orienta várias vezes sobre passar tempo com as pessoas, comer o que eles comem; é o que chamamos de comunhão (koynonia). O versículo 9 começa falando para fazermos tudo aquilo que for necessário, seja curar ou limpar um banheiro (diakonya). E então, só então, Jesus nos orienta para anunciarmos que o Reino de Deus está próximo (kerygma).
Aprendemos com este trecho do livro de Lucas que não precisamos pregar o Evangelho com palavras já num primeiro momento. Pois quando começamos por nossas atitudes fica muito mais fácil das pessoas entenderem o que é Reino de Deus.
Eu tive pressa logo que cheguei em Roraima, na fronteira, mas Deus foi conduzindo tudo, a ponto de no final eu ter servido mais e melhor do que se eu tivesse começado a trabalhar sem saber as reais necessidades, sem conhecê-los. Deixe o próprio Deus te conduzir. Ore, amarre suas próprias mãos se precisar, largue o celular. Os campos estão prontos para colheita, basta a gente olhar e ver.
Outras informações em https://www.remir.net.br/
Taís Ribeiro
Por Missão Zero
De Bara para Bara, cumprindo o ide!
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