Sempre que enfrentamos uma crise como essa que estamos enfrentando, eu escuto muitos de meus companheiros cristãos e líderes de igreja respondendo com “isso é uma oportunidade para a igreja.”
Eu entendo de onde vem esse sentimento. Eu até mesmo participei em algumas conversas úteis usando essa palavra (oportunidade). Mas ela sempre me faz estremecer um pouco.
Tempo de erguer-se
Palavras importam. Muito. Especialmente em tempos de crise. Eu proponho que a palavra “oportunidade” seja reconsiderada no nosso contexto atual.
Por exemplo, imagine recebendo um e-mail da Cruz Vermelha seguindo um desastre natural com um slogan que diz “esse desastre é uma oportunidade para a Cruz Vermelha!” Acho que não. Tal slogan tem tantos problemas, dentre os quais nada menos que colocar a Cruz Vermelha no centro da narrativa ao invés das vítimas que eles estão encarregados de ajudar.
Certamente a Cruz Vermelha existe para ajudar pessoas em circunstâncias desesperadas, e é exatamente nessas situações que eles se apresentam e brilham. Promover ajuda durante um desastre, no entanto, é menos uma oportunidade para a Cruz Vermelha do que é uma responsabilidade – uma que eles assumiram de boa vontade e suportaram bem. Precisa ser da mesma forma para a igreja.
Assumindo a responsabilidade
Ao invés de ver circunstâncias difíceis como uma oportunidade para a igreja, devemos vê-las como o que realmente são: uma responsabilidade.
À medida que enfrentamos uma crise após outra, nós, a igreja, devemos aceitar nossa responsabilidade de nos levantar e ser uma bênção, um exemplo e uma esperança para outros. Agindo dessa forma, estamos mais propensos a manter nossas prioridades em ordem.
Momentos difíceis como o nosso devem ser entendimentos pela igreja como uma responsabilidade para abraçar, não uma oportunidade a explorar. Fazendo isso, algumas mudanças tomam lugar:
– Primeiro, nós mesmos saímos do foco, colocando maior atenção onde é mais necessário – em Jesus e naqueles que ele nos chama a ajudar.
– Segundo, isso define melhor o nosso papel, não como uma instituição lutando por nossa própria sobrevivência, mas como pessoas trabalhando juntas para ajudar os mais vulneráveis. Incluindo as pessoas feridas de dentro de nossos próprios círculos.
– Terceiro, isso nos ajuda a estabelecer parcerias com outros que estão procurando uma forma de ser uma bênção.
– Quarto, isso reduz as possibilidades de sermos enganados por aqueles que procuram explorar uma tragédia para seus próprios fins.
– Quinto, isso nos torna mais humildes. É fácil encarar uma oportunidade como algo que fazemos por conta própria, mas é mais provável que uma responsabilidade nos coloque de joelhos em oração e dependência em Deus.
– Sexto, isso define o tom correto para todo mundo, de líderes e voluntários a observadores e céticos. Isso relembra todos nós que não estamos aqui para ser servidos, mas para servir.
Responder bem à uma crise é muito mais do que uma oportunidade, é uma grande responsabilidade.
* Título original: A Crisis is Not na Opportunity for the Church, It’s a Responsability
Autor: Karl Vaters
Tradução: Lucas Francisconi Flores
Karl Vaters
Por Missão Zero

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