Paulo e Barnabé eram missionários que adentraram em diferentes regiões de seu tempo na busca por fazer florescer o evangelho do plano divino nas mais diversas subculturas. Estes inspirados líderes missionários – ora itinerantes, ora permanentes – eram implacáveis na busca por fazer acontecer o plano de Deus nos lugares em que chegavam (se bem que quem fazia mesmo era o Espírito Santo de Deus).
Atos 14.21-28 nos relata o retorno da primeira viagem missionária desta dupla. Ali, logo após um relativo sucesso na evangelização em Derbe, estão se aproximando de retorno à cidade de Antioquia, que era sua base de envio. É admirável perceber que as viagens missionárias eram a um só tempo movidas por expectativas grandes, alegres e esperançosas, como também de outro lado por agonia, perigo ou, se preferir, “tribulações” (cf. versículo 22).
É incrível perceber que mesmo tendo possibilidades estes homens não queriam, e não conseguiam, fugir dessa vocação, pois haviam encontrado na preciosidade do evangelho de Jesus a fonte de busca de todo ser humano. Além disso, conforme o verso 23, o encorajamento na fé se dá de forma sublime ao vermos os apóstolos capacitando discípulos para serem líderes e enviando-os segundo direção divina. Estou convencido de que esta era uma prática bastante natural na primeira igreja e que a mesma precisa voltar a acontecer com dinamismo consistente na missão do nosso mundo pós pandemia.
Mas qual seria a fonte desta constante força encorajadora fazendo que não apenas fossem capazes de fornecer pra eles próprios tamanha energia e vitalidade na jornada missionária e vida com Deus, quanto também de abastecer o tanque vazio de cada qual ao seu redor? Note que inclusive a ponto de resistirem a apedrejamentos, prisões, naufrágios, torturas, etc.
Arriscaria dizer que isso se deve à convicção consolidada que tinham em seus corações, o que eu chamaria de ‘equação missiológica matemática’. A convicção deles era algo neste sentido: “Jesus me salvou” logo, os frutos do Espírito Santo (Gl 5.22) + a grande comissão (Mt 28.16-20) = expectativa do reino de Deus (At 14.22). Reconheço que parece simplório e seletivo de minha parte, contudo insisto que talvez você que me lê pudesse dar uma chance a estes temas em sua meditação bíblica, pois não tenho dúvidas que aqueles missionários certamente haviam se apropriado convictamente deles, senão não estariam ali.
Veja que no verso 22 eles diziam que “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus”. No tocante ao referido reino de Deus enxergo ser tanto a realidade interior, onde o cristão experimenta uma vida dotada de crescentes resquícios de valores eternos, e atua assim na sociedade desde agora (mesmo que ainda em vida imperfeita); quanto é um indicativo do reino escatológico por vir, quando então pela fé viveremos face a face em harmonia com Deus no paraíso.
Outra coisa interessante na primeira igreja é que havia lugar para ministérios itinerantes, tanto quanto para fixação de pastores locais e ainda covocacionados. Havia rica diversidade de formas que podem nos ajudar hoje. Por isso Paulo e Barnabé, que antes enviados, são agora os que assumem seus papéis: capacitando, enviando/ instalando, e dando suporte aos novos líderes das igrejas que constantemente floresciam. Sendo assim, que o Espírito Santo nos inspire e abençoe como “Paulos e Barnabés” do nosso tempo neste movimento missionário.
Rafael Carneiro
Por Missão Zero
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