O filme “O Terminal” (2004), estrelado por Tom Hanks, conta a história de um homem que por problemas burocráticos de seu país de origem e os EUA, fica preso no terminal do Aeroporto Internacional JFK. No dia 19 de março de 2020 eu estava retornando de uma viagem quando estourou a questão do COVID-19 no Brasil. Aeroporto com ameaça de fechar, voos cancelados e a minha viagem, que era para durar 6 horas, durou mais de 24 horas.
Fiquei refletindo que o aeroporto não foi projetado para ser um destino. Ninguém planeja férias e pensa em passar o tempo no aeroporto para apreciar as paisagens do terminal. De fato, quando as pessoas precisam passar mais tempo no aeroporto do que planejavam, não ficam muito felizes. O objetivo do aeroporto é levar as pessoas a outro lugar o mais rápido e de forma mais eficiente possível. Isso não significa que o aeroporto não é importante, pois um correto funcionamento é crucial para o sucesso da jornada. Mas o aeroporto não é o destino.
Uma questão que essa pandemia revelou é como o modelo dominante de ministério é centrado nas instalações/prédios. Retire nossos prédios e estaremos todos um pouco ou muito perdidos. Se analisarmos bem a fundo essa crise, perceberemos que a maioria das atitudes tomadas pela igreja não é inovação, e sim adaptação. Nos adaptamos ao online pois não podemos estar reunidos em nossos templos. O pensamento e o objetivo, no entanto, ainda continuam os mesmos. Um local: físico ou online.
Uma tendência que se desenvolve diante de nossos olhos é o lar como o novo centro da vida. Nos últimos seis meses o trabalho, a preparação de alimentos, o entretenimento, a escola e as compras passaram a ser mais caseiras do que nunca. E por 6 meses, isso tem sido a igreja.
Sei que parte disso mudará após a pandemia. Nem todo trabalho permanecerá remoto e retornaremos a algumas atividades que já realizamos anteriormente da mesma forma que praticávamos. Ainda assim, meu palpite é que muitas coisas irão se transformar. Não serão como a conhecemos, e penso que a igreja será uma delas.
É nos lares que a igreja pós-pandemia se fortalecerá e se desenvolverá. Líderes/pastores sábios irão cooperar com esta tendência ao invés de competir com ela. Eles precisarão superar seu vício em construção e o aumento do ego por verem os templos cheios, e necessitarão trabalhar para alcançar as pessoas onde elas estão: nos seus lares. Eles precisarão capacitar os membros para serem ministros de suas famílias e vizinhanças.
Assim como o aeroporto não é o destino final, mas sim um ponto da jornada, nossa visão ministerial deverá ser alterada. A “igreja”/templo não pode ser o final da jornada, mas sim um meio de levar as pessoas de forma mais rápida e eficiente para servirem ao Reino de Deus onde elas estão. Se mantemos, pois, as pessoas na “igreja” por muito tempo, as tiramos da missão e estragamos sua jornada.
Mauro Westphal
Por Missão Zero
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