Qual a principal função da laranjeira?
Esta resposta parece simples e óbvia: produzir laranjas, certo?
Não! É mais do que isso. Dias atrás, a resposta que ouvi de certo pregador me ajudou a compreender melhor o que Deus espera dos seus discípulos. A resposta foi: “produzir sementes de laranja”.
Não foi isso que o apóstolo Paulo disse a seu discípulo Timóteo? “E as palavras que ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam capazes de ensinar outros.” (2 Timóteo 2.2)
Paulo estabelecera um relacionamento profundo com Timóteo, ajudando-o a se tornar um imitador de Cristo, transferindo da sua própria vida de fé e auxiliando a que se tornasse um discípulo maduro, que produziria frutos ao fazer o mesmo na vida de outros. Estes, por sua vez, reproduziriam isso em outras pessoas.
A Igreja, nos primeiros séculos, reflete esse princípio. Eles eram, em Jerusalém, cerca de 120 (Atos 1.15). Paulo, em 1 Coríntios 15.6, fala de 500 discípulos que viram Jesus ressurreto. Já em Atos 2.41 e 4.4, fala-se de 3 mil e 5 mil convertidos. Segundo Alan Hirsch, em Caminhos Esquecidos, no ano 100 d.C. seriam 25 mil cristãos e, no ano de 310 d.C., seriam em torno de 20 milhões de discípulos. Algo semelhante o autor relata sobre o que acontecera na China nas últimas décadas. A Igreja na China, em 40 anos, passou de 2 milhões para 60 milhões de cristãos.
Não quero que nos fixemos nos números, mas no princípio. A multiplicação é um princípio bíblico desde a Criação: “Deus os abençoou, e lhes disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-se!’.” (Gênesis 1.28); “Eu o tornarei extremamente prolífero; de você farei nações…” (Gênesis 17.6). Também nos evangelhos é tema recorrente: “…deu boa colheita, a cem, sessenta e trinta por um…” (Mateus 13.8); a Parábola dos Talentos (Mateus 25); “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos.” (João 15.8).
Organismos vivos saudáveis nascem, crescem, amadurecem e frutificam (ou se multiplicam). Assim sendo, Igrejas saudáveis se reproduzem. Líderes saudáveis reproduzem outros líderes. Discípulos saudáveis e maduros se reproduzem na vida de outros discípulos.
O discipulado infelizmente é um assunto que por muitas igrejas, pastores e líderes é negligenciado, mal compreendido ou não praticado na sua plenitude.
Segundo Dave Ferguson & Warren Bird, no livro Formador de Heróis, “Jesus disse a seus seguidores que ele estava investindo sua vida neles para que eles pudessem fazer coisas maiores do que ele. Cristo estava treinando-os para alcançar mais pessoas, irem a mais lugares e fazerem mais discípulos do que ele jamais faria durante seus três anos de ministério terrestre (João 14.12)”.
Precisamos compreender que o discipulado, que começa com ouvir do chamado de Jesus para o seguir em arrependimento e obediência, passa pelo tempo de crescimento, transformação e amadurecimento vivenciado em um relacionamento profundo; chega ao envolvimento em serviço na missão de Deus no mundo, e tem seu ciclo concluído quando o discípulo conseguiu reproduzir o que ele mesmo experimentou na vida de um novo discípulo de Jesus.
Quando essa verdade é compreendida e praticada, surge na igreja uma cultura de discipulado multiplicador, e o resultado é a geração de agentes de multiplicação, transformação e impacto no mundo!
“Quem quer que faça parte de um discipulado de multiplicação, dedicou sua vida a algo de valor, e é isso que conta para a eternidade.” (Milton Jones)
Juliano Müller Peter
Por Missão Zero

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