- Os textos dessa série são baseados no livro “Missão Transformadora”, escrito por David Bosch em 1991. O autor estuda o significado de missão através da história e defende que as mudanças do mundo recente em diversas áreas trazem inquietações e transformações também para a perspectiva da missão. Bosch lista e argumenta sobre elementos da missão que, conectados uns com os outros, precisam ser consideradas para que esta permaneça fiel à sua verdadeira natureza. O nosso estudo é realizado a partir de 9 desses elementos.
A igreja foi por muitos séculos vista como uma grande instituição que reunia o corpo de Cristo. A missão não fazia parte de grandes preocupações da Igreja, que era estabelecida em grande parte da sociedade no Ocidente, e esperava muito mais trazer as pessoas para dentro do que ir para fora levar a sua mensagem àqueles que não a conhecem.
Em outro momento, acreditou-se numa perspectiva de que a Igreja continha e era a origem da missão, e ela enviava os missionários ao mundo, para trazer as pessoas à igreja. Com o passar do tempo, no entanto, e em discussões no século XX, foi compreendida melhor a ideia de que a missão em si vem e sempre veio de Deus, e que na verdade ela não deveria ser subordinada à igreja. Deus mesmo foi ao encontro do homem na história e por meio de Jesus para reconciliá-lo consigo mesmo, e a igreja é parte dessa missão de Deus.
Dessa forma, Deus na verdade vem ao mundo em missão, e usa, por misericórdia dEle, a igreja como parte disso. A igreja não é criadora ou objetivo da missão, mas instrumento dela. Dessa forma, a igreja é missionária em sua essência, pois o seu propósito é fazer parte da missão de Deus no mundo.
Isso não quer dizer que a igreja está somente envolvida em projetos missionários no sentido de enviar seus membros a outros lugares do planeta:
“A dimensão missionária da igreja evoca um envolvimento intencional, ou seja, direto na sociedade; ela efetivamente transpõe os muros da igreja e se engaja em ‘pontos de concentração’ missionários, como a evangelização e o trabalho em prol da justiça e da paz.”¹
A partir dessa perspectiva a igreja compreende-se em missão em todos os aspectos de sua existência e vive para abençoar aos outros com essa existência. Enviando pessoas, trabalhando pela sua cidade, resgatando, amando, pregando a Palavra de Deus: nisso tudo a igreja vive em missão. A igreja é fundamentada e guiada não por e para si mesma, mas vive como participante da missão de Deus.
A igreja nunca vai agir de forma perfeita, mas aguarda a perfeição na consumação do Reino de Deus na volta de Jesus Cristo e, enquanto isso, trabalha para cumprir a sua vocação no mundo, concedida pelo próprio Deus.
¹ (BOSCH, 2009, p. 447)
Por Missão Zero
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